Uma noite pesada. Uma notícia que reflete a insensatez da pujança das redes.
Nada podemos fazer contra a morte, tão pouco quando é divulgada por aqui. Cuidado, vc pode ser uma vítima.
Carlos Carmelo, Professor Cais, Caisim, nos deixa sem avisar, vencido pela insensatez do coração.
Coração leviano - justo num momento político-eleitoral, onde Caisim tanto nos honrou prefaciando debates intensos a favor do direito à justiça social.
Nada não, o senhor composto de músculos, artérias, veias, na verdade era pequeno para suportar o quão maiúscula foi sua trajetória de vida. Uma voz em caixa alta. Uma baraúna do sertão.
Mas, preciso lhe dizer traiçoeiro pulso de sangue que, aquele flamenguista, dotado de suficiências na linguística, não há de deixar barato. E, há de te provocar os porquês de hora tão imprópria. Com o dedo em riste, numa discussão socrática, eivada de conteúdo, argumentos, conseguirá trazer à baila seus pergaminhos d'alma.
E o Mengão ? Não será mais o mesmo. Cala a voz que representava o clamor de milhares. A avidez da vitória. A contradita nas derrotas. O legado no peito dizendo sempre : uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Quanto a nós, penso que perguntaremos,
Onde está a felicidade? No amor, ou na indiferença? Na obediência, ou no poder? No orgulho, ou na humildade? Na investigação, ou na fé? Na celebridade, ou no esquecimento? Na nudez, ou na prosperidade? Na ambição, ou no sacrifício? A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso.
Cais trazia consigo o sinônimo dessas abstrações, vai com ele boa parte de nossa tênue trajetória na busca por ser feliz.
A essa hora, tenho certeza, esqueceu um pouco da gente, mata saudades com sua filha, são muitos abraços,beijos questionamentos, insígnias, cobra o atrasado e resiste em dizer que perderam muito tempo afastados.
Os amigos - que lá estão, fazem fila pra apertar sua mão e iniciar os acalourados debates.
Nesse momento, parece que tou vendo, reúne todos, recorre a Rui Barbosa e discursa,
SINTO VERGONHA DE MIM
Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo! Rui Barbosa aplaude.
Vai com Deus, Caisim, em breve nos reencontraremos.Ver mais
Nada podemos fazer contra a morte, tão pouco quando é divulgada por aqui. Cuidado, vc pode ser uma vítima.
Carlos Carmelo, Professor Cais, Caisim, nos deixa sem avisar, vencido pela insensatez do coração.
Coração leviano - justo num momento político-eleitoral, onde Caisim tanto nos honrou prefaciando debates intensos a favor do direito à justiça social.
Nada não, o senhor composto de músculos, artérias, veias, na verdade era pequeno para suportar o quão maiúscula foi sua trajetória de vida. Uma voz em caixa alta. Uma baraúna do sertão.
Mas, preciso lhe dizer traiçoeiro pulso de sangue que, aquele flamenguista, dotado de suficiências na linguística, não há de deixar barato. E, há de te provocar os porquês de hora tão imprópria. Com o dedo em riste, numa discussão socrática, eivada de conteúdo, argumentos, conseguirá trazer à baila seus pergaminhos d'alma.
E o Mengão ? Não será mais o mesmo. Cala a voz que representava o clamor de milhares. A avidez da vitória. A contradita nas derrotas. O legado no peito dizendo sempre : uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
Quanto a nós, penso que perguntaremos,
Onde está a felicidade? No amor, ou na indiferença? Na obediência, ou no poder? No orgulho, ou na humildade? Na investigação, ou na fé? Na celebridade, ou no esquecimento? Na nudez, ou na prosperidade? Na ambição, ou no sacrifício? A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso.
Cais trazia consigo o sinônimo dessas abstrações, vai com ele boa parte de nossa tênue trajetória na busca por ser feliz.
A essa hora, tenho certeza, esqueceu um pouco da gente, mata saudades com sua filha, são muitos abraços,beijos questionamentos, insígnias, cobra o atrasado e resiste em dizer que perderam muito tempo afastados.
Os amigos - que lá estão, fazem fila pra apertar sua mão e iniciar os acalourados debates.
Nesse momento, parece que tou vendo, reúne todos, recorre a Rui Barbosa e discursa,
SINTO VERGONHA DE MIM
Sinto vergonha de mim, por ter sido educador de parte deste povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade, e por ver este povo já chamado varonil, enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim, por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o ‘eu’ feliz a qualquer custo, buscando a tal ‘felicidade’ em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos ‘floreios’ para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição de sempre ‘contestar’, voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir o meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor, ou enrolar o meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo deste mundo! Rui Barbosa aplaude.
Vai com Deus, Caisim, em breve nos reencontraremos.Ver mais
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