sábado, 21 de abril de 2012

No tempo certo,a gente move o mundo : O Mito de Sísifo em Simões (PI)






A despeito do tema,  fico com a frase do saudoso Chico Ciência, o Sciense, que tão cedo fez a passagem, não que sem antes versasse :"Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar ".
E foi exatamente no caminho certo da contramão que trato de retomar o debate sobre as questiúnculas da política simoense.
Foram quase 4 anos, meses em décadas, três secas e - como o Mito de Sísifo, condenado a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra de uma montanha até o topo, só para vê-la rolar para baixo novamente - que nos vimos diante do absurdo de suportar uma gestão da coisa pública marcada pelo denodo do quase nada.
Enquanto o povo sofre por mais um flagelo de uma seca anunciada, integridade não tem necessidade de regras e por ali tudo é permitido. Aos olhos do mais recôndito cego o absurdo ali tem sua gênese, a complacência ontológica.
Há cerca de 6 meses de um processo eleitoral, quando questionado sobre se pode ou não ser candidato, o prefeito assim responde ;"Vejam na internet".
Na reforma do Abrigo, não bastasse o rasgo na memória do povo, a gestão mostra-se desavisada do que vem a ser Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei das Licitações, 8666/93, e num pacote só, transforma, empenho, liquidação e pagamento, numa desavergonhada antecipação de valores, sem que, sequer a propalada obra seja concluída.
Indagados sobre o tema, conselheiros e auditores do Tribunal de Contas, informalmente, assim se pronunciaram :"enquanto elegermos gestores dessa estirpe, estaremos fadados a condição do Mito de Sísifo, ou seja, carregar pedras que mais na frente hão de rolar sobre nossas cabeças".
Não obstante o desconforto causado nesse quadriênio, é exatamente quando a coletividade se reconhece como vítima dessas inconsequências, que ressurge um anseio, uma fé renovada, que forja-se o castigo de não poder resistir e nos encontramos com o sentido da vida, anunciando a cada passo, em cada serra que subimos, em cada ato que praticamos que, assim como Hércules, em seus 12 trabalhos, serão 12 os nossos motivos para nos engajarmos nessa causa, rolando pedras, mas com a confiança renovada de que o melhor está por vir e que, já não importa tanto os objetivos, mas a coragem que se dispõe para sempre recomeçar do princípio.