sábado, 30 de junho de 2012

A força que vem do verde. Muito mais que uma convenção



Era  pra ser uma convenção. Um ato político, regimental para cumprir as disposições resolutórias do processo político-eleitoral.
Mesas democraticamente compostas, bandeiras desfraldadas, encaminhamentos protocolarares e naquele dia de ante-véspera de São João, naquele espaço cartesiano mais uma solenidade seria cumprida.
Ás favas o protocolo. Não obstante o zelo da organização em não ferir a lei, cumprindo a risca todas as deliberações do normativo - o ato em si, terminou por ganhar corpo e alma dessas açoes volitivas que extrapolam pela pujança do povo.
A palavra de ordem incendiava o peito daquela combalida gente, já tão agredida pelas intempéries da seca, devidamente medida como das mais castigantes das últimas décadas, recebendo o descaso do poder público como contrapartida à altura do sofrimento.
Não precisa dizer que calendário junino não houve,  muito embora estejamos na região do mundo, matriz das conjugações dos santos.
Simões - em nome do seu povo - só tem a lamentar, não tem gestão pública que venha a saudar os obreiros, fazer o que né ? Dias melhores virão.
Mais voltemos a convenção. Na verdade, uma manifestação de força e consagração do verde.
De todas as idades. De todos os cantos. Todos, numa só voz, retrucavam, como reproduzia em alto e bom som aquele senhor da Serra do Maracujá
:"Aceito a seca, mas num me conformo com traição.".
O número da vez é o 12. Os discursos apontavam´pra esperança, verdade e liberdade.
A cor predominante é o verde.
O candidato Valdeir Carvalho, do PDT, que desde que se lançou pré-candidato vem sendo alvo do maior conjunto de falácias da história do município, estava lá,-  juntamente com seu vice, Lício Moraes, prestigiados pela presença de Flávio Nogueira e seu filho, o deputado Flavinho, -  reto, soberano, equilibrado, solene, intrépido, focado, eivado de emoção e feliz da vida por estar junto aos seus, vocacionado para dar um choque de gestão numa cidade que lhe pede para que ofereça sua experiência exitosa como empresário a serviço da condução das políticas públicas direcionadas para o bem comum.
Foi só o começo: muito já foi feito, o melhor está por vir.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

Do que vi e ouvi: breve análise do cenário político no Sertão


Começamos por Cajazeiras (PB), onde Dr. Carlos fica na espera da resolução dos imbróglios para saber quem elege.
Exú (PE), Léo Saraiva renova o mandato com o apoio incondicional de Zilclécio na condição de mola de propulsão.
Ipubi (PE), Chico Siqueira reina absoluto e determina o voto a quem lhe convier. Trindade é terra de Gerôncio "Poronco" Figueiredo (PT) onde passa o bastão com uma certa tranquilidade.
Araripina, com o retorno de Lula Sampaio (PTB), fica a mercê de quem vai compor com a esposa de Raimundo Pimentel, a Pré-candidata Dra. Socorro, para oferecermos uma análise mais lúcida.
No Piauí, tudo muito verde ainda. com ligeira chance de algumas candidaturas amarelarem apodrecendo no meio do caminho por questões de inelegibilidade e densidade eleitoral.
Por enquanto, sai na frente as indecorosidades das resoluções do TRE.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Médico, o Salgador de Couro e um legado de traições no Piauí



Era 1996, depois de mais uma experiência exitosa à frente do executivo municipal, o mitificado gestor alcançara o luxo de escolher seu sucessor numa eleição plebiscitária, onde mais uma vez delegou ao povo a missão de definir quem sairia na majoritária.
A coalizão de forças políticas locais em sintonia com o anseio popular apontava para alguém com identidade na saúde. O escolhido foi o médico.
Estava a partir daí consolidado o sonho de uma família, reproduzido nas praças, nas tertúlias, na sala de jantar de sua casa, nos bancos de praças :
"um dia vou ser Prefeito dessa cidade, bradava o estudante de medicina".
Sem gastar um cobre, sem serviço prestado, sem história ou legado a debater, ganhou de presente o sonho pequeno-burguês de ser o mais alto mandatário de sua cidade, graças a pujança eleitoral do seu patrono.
Como um menino numa lata de mel, lambuzou-se. Esqueceu o povo. Brigou com o criador. Amealhou patrimônio numa sede insaciável de poder.
O desgate foi tanto que sequer colocou-se à prova para julgamento popular, disputando a reeleição.
Pensava ter acertado na mega sena e que era hora de gastar o que auferira as custas do sofrimento popular.
Aos poucos, viu-se obrigado a ir, paulatinamente -  sentença em cima de sentença, movidas por ações do Ministério Público  e por força dos pareceres técnicos do Tribunal de Contas e da CGU -, ressarcindo o erário, vindo a falecer o seu Sonho de Ícaro.
Na verdade, o Médico, calado, é um poeta.
 Quando se move, um menino objeto de suas ânsias para a puberdade.
Em 2000, retoma o poder aquele a quem o povo já aclamava nas urnas e adquirira o selo de autenticidade necessária para tocar a coisa pública, com a sensibilidade popular que lhe é peculiar.
Como estratégia eleitoral formou o irmão do médico como liderança, elegendo-o, primeiro como vereador mais votado, para depois legitimá-lo como vice, credibilizando-o para futuras disputas a serviço das indispensáveis égides da alternância do poder e do combate ao nepotismo.
Para quem nunca colocou um prego numa barra de sabão, nunca deu um dia de serviço em favor dos anseios populares, - onde se desconhece qual bandeira empunhou ao ponto de ser merecedor da condição de liderança política na cidade -, como salgador de couro, vira emergir em suas mãos um curtume político.
Porém, não se fez de rogado, até porque falou mais alto o naipe, a esfinge familiar, ambos, o Médico e o Salgador de Couro, cresceram ouvindo o clamor paterno para que "um dia um filho seu seria prefeito daquela cidade".
Melhor ainda se forem dois.
 E a história não lhe foi madastra, muito embora, nenhum dos dois tenham feito por onde  ser merecedores do feito e ainda tendo recebido de mãos beijadas a prefeitura passada pelo mesmo agente político, melhor impossível.
No entanto, o mais novo, como prefeito, não consegue passar de um Salgador de Couro, por mais respeito que se tenha a alvissareira profissão.
Diante disso e inocentes que são, ao que parece vem a história como madrasta e em sintonia com a música de Beth Carvalho, só lhes reservam o choro, a pecha de traidores,o selo de fascistas, colhendo o castigo das urnas que tende a reproduzir uma ética da renúncia a todos aqueles que tem o disparate de pagar com traição a quem sempre lhes deu a mão.