terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sentidos



Tou com saudades do que ainda não passou
, da voz que não quer calar, de um livro, um chopp, um banho de mar.
Tou menino que não quer crescer, meio tonto sigo a vagar,

retratos que já não via, uma dor que não quer passar, um copo de leite, um pé de manga a florar.
Matuto em cidade grande, galope na beira mar,

uma surra sem ser um açoite, meu pai, minha mãe, uma flor de maracujá,
não canso de meu destino: sou pedra pra lapidar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quando é melhor calar


Hoje, só direi obrigado por poder ter me calado.
O meu melhor remédio do dia, encontrei na poesia.
E pra ela fiz prece, dei passagem pro tempo e se não
me faço entender, são por palavras que faltam.
Numa noite de insônia, quem sabe ? Encontrarei meu alfabeto.

Enquanto isso, meu corpo cansa, minha alma mansa e
eu sem demora me abrigo em meus vícios.
Hoje sangro, amanhã aconteço e o silência me sufoca, me amordaça.
Calado estou, calado ficarei, já vi esse filme e eis que chega a hora
em que sabíamos muito mais do que antes julgávamos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Valdeir prefeito: eu digo sim.

Localizada a 790 km do Recife e a 400 km da planejada Teresina, a bucólica Simões (PI) situada no pé da Chapada do Araripe, que por sua pujança no canyon, cria limites geográficos com a desenvolta Araripina, marcou época nos cofres públicos do simpático Estado pela confortável posição de segunda maior arrecadora de ICMS nos idos de 70 e 80, até sofrer o vassalo do bicudo.
No entanto, em que pese a condição de vizinha de Araripina, os cerca de 10 mil habitantes da humilde cidade, tiveram que testemunhar o crescimento com indíces de trigres asiáticos provocados pelo gesso no Pólo, imersos na condição de espectadores.
Os números do gesso, com jazidas de 500 anos, impressionam o mundo todo,ao ponto de franceses, italianos e o centro-sul do país passarem a refletir sobre o tema.
Num seminário sobre políticas públicas e novos cenários para o semi-árido, na garbosa FIEPE (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), em 2008, o então presidente do sindicato do gesso, Josias Inojosa, falecido logo após num trágico acidente de carro, apontava com muita propriedade para a inquestionável insurgência de um quadro novo de empresários na região, dotados de sensibilidade social, responsabilidade empresarial, visão cosmopolita e estimulados a debater o crescimento econômico pela ótica da sustentabilidade. Como referência, ilustrando o acervo, citava o nome do Sr. Valdeir Carvalho, natural de Simões, proprietário da Gesso Moderno, como um exemplo a ser seguido.
Naquele instante, acendeu-se uma luz no meu inconsciente para melhor observar o que até então era silente. Dediquei minhas viagens de fim de ano a fazer o que mais me apraz : ouvir, conversar, interagir, instigar, colher de maneira que a etnografia dos fatos falassem mais alto.
No trajeto entre Araripina e Simões resolvi ir por dentro, através da estrada de barro ao lado do Hotel Pousada do Araripe, onde pouco mais adiante, homens na estrada trabalhavam para tornar transitável um assolo histórico na região protagonizado palas intempéries do inverno, bem como pela insensibilidade dos gestores públicos, ávidos pelos recursos dos convênios proporcionados pelo poder público sempre que sangra a demanda.
Não me fiz de rogado, interpelei um dos homens perguntando se se tratava de ação da prefeitura :Logo ouvi a missiva, " não, foi Valdeir que mandou".
Não parou por aí, dentro da cidade, no primeiro bar, encontro o achado.Os números impressionam, são cerca de 150 famílias empregadas diretamente, nesse período seguia parte delas para Fortaleza gratificadas pelo empresário para, em excursão, contemplar as benesses da Terra de Iracema: custo zero.
Acessando os veículos modernos de mídia ofertados pela globalização , blogs, sites, o eminente empresário acabava de ganhar da Câmara Municipal de Vereadores de Araripina, o título de cidadão araripinense, por unanimidade, concedido pela presidente da casa, vereadora mais votada no município, Maria Augusta Modesto.
A cada passo, já não podia me furtar de considerar a evidência dos fatos, aquele menino sério, que tive a felicidade de conhecer movido pelas ofertas do destino, tornou-se um homem, preservou a decência, goza de sensatez, espírito público, humildade e carrega consigo uma divida de gratidão para com o seu povo, sendo esta, talvez, o maior fundamento que lhe conduza a enfrentar as urnas, em 2012, uma vez que dispõe de capital sócio-político e empresarial abastado para colocar Simões nos trilhos do desenvolvimento, alavancando a economia local com o salto de qualidade devidamente comprovado na sua inquestionável história de vida.
 Sou a favor,sim, nós precisamos de tempo para pensar, induzindo o desenvolvimento desse povo tão sofrido. Sim, nós precisamos de tempo para digerir, sabedores que em política não cabe espaço para mágoas. Sim, nós precisamos de tempo para nos desentender, sobretudo quando fomentamos o diálogo perdido entre as humanidades, uma vez que serão nas diferenças, conflitos, adversidades que poderá se formar a resultante necessária para a consolidação de um projeto político com vezes e vozes oportunizadas. Pelo que ressoa por lá : Valdeir vem aí: eu digo sim.