domingo, 26 de setembro de 2010

Lei de Murphy, São Tomé e gatos pretos




Antes meus olhos estivessem envoltos dos 10 graus de miopia que tanto me marcaram época. No entanto, as ferramentas metodológicas e teóricas eram em sobras suficiências para o soterro trágico de um sábado de primavera. Senão vejamos:
Na despedida da madrugada, quando o sol iniciava o seu reinado na estação das flores, eis que a chuva não se fez de rogada e atravessou o enredo para uma bela manhã de sábado, primeiro prenúncio; subsumido pelo mundo etílico, fujo ao regrio e inicio meu périplo em busca de uma farmácia quando me vejo de encontro a dois gatos pretos, atravessando a Conde de Irajá com a José Bonifácio, exatamente no local onde organizávamos uma tarde majestosa, eivada de circuitos poéticos entre amigos.
Volto pra casa, já cabisbaixo e começa a tomar conta os monstrinhos esquizofrênicos, infernos alfarrábios de uma vida em constante estado de ebulição.
De bate pronto recorro a Murphy: "se algo pode dar errado, com certeza acontecerá". Por mais que a turma da terra das oferendas venha sem 8 titulares, jogamos em casa, a massa consumiu a proposta,porém, algo me dizia que tem boi na linha.
Driblei minhas convenções e fui para o boteco, de peito aberto, reunindo a confraria, até que, em lá chegando, entra uma porra de um post mortem, travestido em três cores, que tenho medo até de revelar a alcunha, pra não invocar os maus presságios. Mas o peste inventou de ficar de braços cruzados na porta do bar.
Chegam Lívia e Demétrio, fechando o grupo com Adriano e pra contrabalançar o veneno, arrefecem o caldeirão resflaviando o contexto. Tricolor sim, mas com cara de anjo, menos mal.
De proveitoso, a poesia do samba de Paulinho; de negativo, um dois a um recheado de azia na medida em que esquentavam o regado de cervas.
 Era preciso ver para crer, e eu, vi e previ, um dia de sábado, em tempos de primavera ,numa tarde inglória do imortal Leão da Praça da Bandeira, domado pelo espírito gravitacional de uma intrépida Lei de Murphy.