quinta-feira, 12 de julho de 2012
O caso Betinho:da aflição ao sucesso no futebol
Betinho é um desses jovens jogadores oriundos da base de um clube nordestino, Clube Náutico Capibaribe, que muito embora de pouca idade, já dispõe de uma certa bagagem no currículo, movida pelos diversos clubes pelo qual emprestara seu talento.
Coritiba, Criciúma, Vila Nova, Marília, São Caetano e uma ligeira passagem por Portugal em seus clubes mais modestos.
No entanto, vem de uma certa proximidade adquirida no ambiente profissional que tratei de dedicar um olhar mais crítico pelas vestes de uma Sociologia Pós-Moderna, ao crivo de um Zigman Bauman.
No desempenho de atividades de bancarização tive a oportunidade de conhecer seu pai, onde tratamos de orientá-lo na busca por uma cartilha de opções financeiras voltadas para direcionar seu patrimônio, investido em sua condição de procurador do atleta.
Bauman entra exatamente quando pude testemunhar a aflição do contrato de 3 meses firmado com o Palmeiras, onde a redoma de agitações, ansiedades e conflitos foi o tempero dominante.
Seu pai já nos sinalizava para uma temporada no Catar.
Ameaçado para encerrar contrato, sem opção de mostrar seu trabalho - pois, nos três meses, atuara apenas em duas partidas, mesmo assim sem iniciá-las - o desprestigiado jogador terminou por sofrer consequências das intervenções do destino e lhe viu oportunizada uma experiência para se encontrar com um bem estar social digno dos que apresentam caráter para enfrentar tais incursões.
Não se fez de rogado e num instante de prazer em sua vida cotidiana pode fazer uso das idiossincrasias do destino e decidi uma Copa do Brasil em prol de um dos maiores clubes de massa do país - saindo do ostracismo, para ir de encontro ao êxtase profissional, evento até então não protagonizado em sua insipiente passagem pelo mundo do esporte bretão.
Betinho terminou por se caracterizar como um desses óbices da pós-modernindade que leva muitas vezes pessoas, instituições para passar a trilhar pelas expertises da falta de solidez e durabilidade do mundo moderno.
Seu pai deve está radiante, o sisudo Carlos Alberto com sua interface de boleiro. Betinho não se conteve, mandou um beijo pra Maria Eduarda, sua filha e foi todo prosa.
Quem por aqui escreve não ficou tão distante, demorei a me entregar ao sono, numa sensação agitada, indicando compensações naquelas conversas furtivas com o pai do atleta que no fundo, no fundo, abasteciam o ego de quem ama o desporto e se vê próximo daqueles que alcançam a felicidade num mundo marcado pelo zelo ao consumo,angustiado pela forma como fazem suas escolhas, insertos num medo público que não lhes seguram sequer o chão onde andam.
Betinho deu certo, deve renovar contrato, amealhar uma recompensa financeira, onde torço pra gerar sustentabilidade pra sua prole,em que pese não ficar auto-imune as conspirações de sazonalidade que moldam esse mundo.
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