domingo, 11 de março de 2012

A difícil arte de se perder uma eleição : O Marketing às avessas




Poeta, contista, homem com sobra de gestos para percepção de como se posta o mundo, Charles Bukowski agiu como muita propriedade na sua oferta sobre a contemporaneidade : "O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas ".
Formatando-se o quadro político sucessório para 2012, no afã de consagrar suas mediocridades, atreladas ao hoje, indivíduos de todos os matizes ancoram suas pretensões ocupando agendas, demarcando espaços no gozo de privilégios sub-reptícios espalhando suas verves, paradoxalmente respaldados numa grife, reles fetiche intrínseco ao processo político-eleitoral.
Uma vez imersos no calendário, partidos, movimentos sociais, políticos, a mídia, já não consegue dar um passo sem a pronúncia da fala desses arautos.
Somas rizíveis de recursos passam a ser disponibilizados para validar desde o vestuário, a altivez da voz, o pai de santo a ser consultado, até a concretude do discurso, como se fosse possível em uma campanha de 6 meses construir um legado capaz de gerar o convencimento público.
Trata-se dos marqueteiros. Alguns preferem a missiva de analistas políticos, sociólogos, jornalistas, comunicadores, mas, indubitavelmente, atores da globalização.
Algo como o Dr. Google,o Sr. Delete, falam , negam, acusam, dispondo de fórum privilegiado no planejamento e execução das campanhas.
No entanto, tenho de confessar, pra quem entende um pouco do riscado, em 2012, tão mais pra animadores de auditório, locutor de picadeiro de circo do que para o conceito que carregam.
Já vi candidato ridicularizado ter que ir pra aniversário de opositor e pagar mico. Empresário levar tropa de choque com camisa de cipeiro pra se vender como empreendedor. Gente que nem de política gosta negar o homem que carrega o andor, sem saber que o santo é ele mesmo e que é de barro. E vice ser mudado todo dia numa nota só propagando o samba do crioulo doido.
O caso do Recife então, em 2010, nesse mesmo blog, alertávamos para o perigo do lançamento da candidatura de um senador que com mais um mês de campanha, tivesse oposição, perderia as eleições.
Nesse ano, de maneira caudalosa, o prefeito atual consegue quase alcançar unanimidade na própria frente que o elegera. E, pasmem, pode sair candidato a reeleição, não obstante os últimos informes trazerem a negativa.
Nos grotões, sobretudo na divisa Pernambuco/Piauí, é um tal de faz me rir digno de observação acadêmica por conta da fartura de atropelos, mediocridades e desgastes políticos gerados na própria base de sustentação de candidaturas em que o povo já consagrara a um bom tempo.
Enfim, nesses contextos o material é farto para se abordar que caminho trilhar com tanta arte para se perder uma eleição.
Por esses eixos o marketing oferece caminhos para o muro andar em cima do gato e pro poste mijar no cachorro, é as avessas do plus de comunicação.

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