sábado, 2 de janeiro de 2010
Meninos não choram ll
Até que enfim, tempo.E useiro e vezeiro do mesmo, tenho de reconhecer a indispensável necessidade de tornar mais robustos os dias, horas, ampliando o calendário, uma vez que a sociedade jogou a toalha para os enfrentamentos revolucionários.Nesse sentido, em muito se confunde minha inciativa em mergulhar pela obra de Jesus Izquierdo, Meninos não choram.Curiosidade é fartura quando busco conhecer tudo aquilo que retrata uma negação da ordem dominante. Fico a me perguntar, será que neguinho se enclausura num barraco de favela pra enrolar pó e fumo porque acha bacana? Por que será que os cubanos preferem o isolamento a bancar o adesismo ao imperialismo de Tio Sam? E os assaltos a ônibus as margens do São Francisco, de dia e de noite, será que o homem do campo a isso se submete porque tem alergia a veneno de uva? De passagem pela Cultura, eis que me encontro com a pérola: Meninos não choram. Numa linguagem multifacetada, polissêmica, o cara assume o propósito de compreender o que ele define como habitus guerrilheiro nas FARC - EP(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo).Isto posto, termina por retratar o exercício de uma cultura beligerante, patrocinada pelo Estado que, não mede esforços em atirar, espoliar, expropriar na perspectiva de contemplar os interesses de latifundiários, milicos e do imensurável capital transnacional que se apropriou de todas as riquezas colombianas. Como bichos acuados, inexoravelmente, o povo colombiano fora conduzido para as montanhas, para as margens da floresta, desprovidos de quaisquer gesto público indicativo do reconhecimento estatal.Dessa forma, entre aceitar a miséria oficial e lutar contra a exclusão em prol de um ideário totalitárista, revolucionário, nenhuma outra escolha foi ofertada aquela massa de excluídos, senão pegar em armas, garantindo alimentos, proteção, nivelamento e uma perspectiva de sonhar com transformações estruturais.Entre dormir e acordar sem ser reconhecido; faz-se opção por pegar em armas enfrentando o inimigo, no afã de alcançar condições elementares para coexistir. Entre o fosso da liberdade comprometida e não ser sentido como incluso a uma coletividade, fala mais alto o espírito aventureiro, materializado nas armas, na disciplina, no rigor de uma ordem bélica, mas capaz de enxergar no outro a indispensável condição para ser sujeito de uma perspectiva revolucionária, em que pese a negação ontológica dos valores humanos.
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