segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A democracia na mão e na contramão


Sou dos que acreditam e defendem a consolidação do processo democrático, mediante efetiva participação da sociedade civil organizada, como sendo o grande passo no sentido de fortalecê-la enquanto valor, sedimentando as estruturas de poder no tocante a consecução dos interesses públicos. E, quando vejo centrais sindicais organizando seminários para discutir marco regulatório das comunicações nesse país, é possível reconhecer os avanços conquistados para garantir o diálogo dos movimentos sociais.Corrobora em muito para esse assento, quando vejo meu filho (10 anos), em seu cotidiano me questionar sobre o que vem a ser greve,e os andamentos das mesmas, ao ponto de me revelar uma lúdica manifestação em sua escola, protestando contra a retirada do SPIGBOL ( acho que é assim mesmo). Onde, segundo ele, foi só ameaçarem uma greve, que amarraram a bolinha na ora. A verdade é que o jogo é das antigas. Lembro das memoráveis partidas no Colégio Salesiano - contra Padre Genaro, então diretor da escola - que já partiu pra outra. Que Deus o tenha. Merece.Agora, das antigas mesmo, eram as recorrentes ameaças e convocação ao judiciário, promovidas pelos representantes dos patrões, em plena ditadura, para estancar movimentos paredistas. E, pasmem, quem outrora estivera na trincheira de lutas, hoje nega o entendimento nas mesas, e bebe água na fonte dos tecnocratas. Dando, por sua vez, guarida pra ultradireita ressaltar que nada mais conservador do que um progressista no poder.Sorte do povo brasileiro que, enquanto uns circulam pela contramão, a magistratura, hoje, em sua grande maioria formado por quem forjou sua história via concurso público, age com galhardia, e nega o pedido de abusividade da greve, sinalizando para que os prepostos da construção civil, dos capitais transnacionais,dos lobbies enxerguem o espaço legítimo das mesas como fórum legítimo das discussões.Em prol da estrada democrática, identificamos a construção de uma nova sociedade, híbrida,questionadora, onde em tal cenário o desenvolvimento do capital social, aumentaria, prática e teoricamente, o poder dos cidadãos permitindo-lhes maior inserção e participação na arena política, capital este que empodera coletivos, fortalecendo a democracia através da ampliação da participação dos cidadãos, não mais como receptores de políticas públicas, mas como fiscalizadores da gestão, revertendo processo de desintegração social tão bem representado na segmentação da PLR, entronizada por quem faz a gestão na CAIXA.

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