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Os olhos fundos, sombreados, insones, induzem ao paralelo, porém não é esse o propósito.
Pois, ao contrário da coruja, faceira em sua arte de enxergar sobre um ângulo de 360 graus numa distância imensurável, a mesma chega a gozar de uma sabedoria prática inconteste.
Quando se faz uma analogia com determinados "princípes políticos" que enterram, aos prantos, um companheiro de batalha num dia, para noutro conduzir um banquete com direito a fogos de artifício, churras, bebidas e outras cositas mais do mundo do bel prazer, esses acontecimentos terminam por inibir tal iniciativa.
Enquanto isso, recebe no fígado, mais uma máquina aterrorizante, a descer serras, promovida pelo seu desafeto, num desafio anunciado antecipadamente, diga-se de passagem.
Pois, quisesse o algoz, esperar 4 anos pra lançar seu propósito de servir ao seu povo, enveredando numa arena eleitoral, sequer os irmãos poderiam vir à baila.
A mercê da filosofia, o mito da Coruja de Minerva se caracteriza pela habilidade de levantar voo ao entardecer, como tão bem ilustra Hegel.
Em Simões (PI), tarde demais, pois nada melhor que prever para prover, o que faz o eminente gestor da pólis (leia-se município) ? Persegue servidores, condena os descuidados, é imprudente com a justiça - senão vejamos a lambança do concurso público -, e não enxerga a um passo dos seus próprios passos.
Aos olhos do mais nobre cego, é de fácil percepção vê que no afã de se reeleger - sem sequer saber se disputa - a alegria da escolha livre se estiola, enquanto o medo e a ansiedade ganham força, propagando mal-estar por onde quer que passa numa sandice incondicional por se perpetuar no poder.
Despolitizar é o verbo, enfraquecer-se é o caminho, e pelo visto, nem mesmo a Coruja de Minerva, em seu giro de 360, será capaz de com os segredos da noite, influir enquanto os homens dormem, e como dormem.